domingo, 11 de novembro de 2012

MEA CULPA


Olhei mas não vi.
Olhei teu sorriso, que agora parece incompleto,
Mas não vi a tristeza em teus olhos.
Ouvi, mas não escutei.
Ouvi tua voz grave, as vezes gaguejando, falando bobagens
 mas não o escutei o pedido de socorro escondido nos silêncios.
MEA CULPA, MEA CULPA, MEA CULPA!
E te deixei só.
Por um segundo, um minuto, uma festa.
E te deixei só.
Por uma cerveja, um beijo, uma noite de sono.
Te deixei só.
Por mera distração de quem olha e não vê, escuta e não ouve.
MEA CULPA, MEA CULPA, MEA CULPA.
Então eu vi braços dilacerados.
Uma alma despedaçada.
E com meus braços e preces tentei juntar os pedaços.
Mas eram muitos e pequenos demais.
Escorriam-me entre os dedos.
Naquele momento amei.
Não como Eros.
Amei inspirado pelo próprio Deus.
Senti a cura em minhas mãos.
Mas tua pele a refletia como um espelho.
E ouvi teu choro ressentido, envergonhado, apavorado...
Apenas ouvi calado.
Chorei em silencio e sem lágrimas.
Nada pude fazer.
Nada sou.
Nada posso.
MEA MÁXIMA CULPA.



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