sexta-feira, 5 de junho de 2009

Post de despedida

Eu queria continuar postando apenas poemas, mas, os acontecimentos de ontem e hoje merecem um tratamento especial.
Ontem tive uma conversa com meu pai, ou melhor, ouvi umas coisas que ele tinha para dizer, e dentre elas uma exigência velada, de que eu deveria sair do coral. Em seus dizeres:
- O coral só tem dois tipos de pessoas: os que estudam no UNIPÊ e são bolsistas, e aqueles que já têm a vida feita. Você não se enquadra em nenhuma dessas categorias.
Obviamente, não tive, e não possuo agora, qualquer argumento para dissuadi-lo. Em parte ele tem toda razão. Mas ele certamente não tem ciência de quão importante esse grupo tem sido em minha vida.
Em março deste ano, completei cinco anos como coralista. Sempre, amei cantar, mas foi apenas após o teste que fiz para entrar no coral, que alguém me disse pela primeira vez que eu tinha uma boa voz, que poderia cantar se quisesse. Este foi o maestro João Alberto, que me testou e me aceitou no grupo.
Nesses cinco anos, vi muita gente entrando e saindo do grupo. Fiz alguns amigos que espero manter entre meus grupos sociais pelo resto de minha vida, alguns que já nem fazem parte do grupo há algum tempo, outros, que entraram há pouco.
Tive o privilégio de ser solista em algumas músicas, apesar de minha persistente insegurança, de ser intitulado, claro, informalmente, como “monitor dos baixos” – sou um baixo, muito orgulhoso de meu timbre de voz - participei de festivais internacionais, e inclusive, no ultimo, em Recife, fomos agraciados por escolha do público com o título de melhor Coral!
É maravilhoso ter participado e contribuído para o crescimento desse grupo, que recebe convites para cantar nas homenagens especiais de fim de ano em televisões locais, que dividiu o palco com artistas renomados como Elba Ramalho, e a banda Detonautas, que por ande passa conquista seu público com uma miscelânea de músicas sacras, eruditas e populares, misturando dança, e uma boa dose de irreverência e compromisso de seus jovens participantes – claro que há alguns fisicamente mais velhos, mas donos de uma juventude espiritual invejável (Chico, Sandra...).
Passei a noite refletindo a respeito, e com pesar, decidi, que é tempo de deixar o grupo. Dói-me tal decisão, pois lá encontrei a realização plena através do canto, dos aplausos, dos ensaios e apresentações, mas infelizmente, sem argumentos, devendo ainda satisfação a meu pai, me resta apenas fazer este, que para mim será um enorme sacrifício, abdicando da atividade única em que encontrei satisfação, para demonstrar, sob a perspectiva de seus olhos paternos, que estou comprometido com outros objetivos.
Com este post então, agradeço a todos que hoje são e que ontem foram parte do Coral Universitário Unipê, ao Maestro, João Alberto, a seu pai, o Prof. Maurício Gurgel, aos amigos que lá encontrei e àqueles que foram assistir às apresentações.

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